Estudo mapeia áreas de maior risco de contaminação. CDHU San Martin e os conjuntos habitacionais Vida Nova e Mauro Marcondes estão entre as regiões mais suscetíveis
Um estudo divulgado ontem e realizado pela Fundação Feac, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisou os bairros e regiões de Campinas em que há maior possibilidade de ocorrerem surtos de infecção pelo coronavírus (Covid-19), caso medidas de restrição não sejam tomadas ou não venham a funcionar nas próximas semanas. Para identificar as áreas mais críticas do município, o estudo levou em consideração três aspectos: densidade demográfica das regiões, quantidade de pessoas pertencentes ao grupo de risco, e o acesso da população local ao saneamento básico.No conjunto dos pontos avaliados pelo estudo, o mapeamento chegou à conclusão que dentre as localidades que mais precisam ter atenção estão o CDHU San Martin; os conjuntos habitacionais Vida Nova e Mauro Marcondes; a região dos DIC’s; os jardins Flamboyant, Bassoli, Campo Belo, Garcia, Londres e Rossin; o Parque Florence (I e II), a Vila Castelo Branco e o Distrito de Sousas. Também englobam a lista de pontos de atenção as regiões do Oziel e Monte Cristo, do São Marcos e Matão; além do Centro e arredores.No primeiro ponto mencionado, foi levada em consideração a quantidade de pessoas por km². Todas as áreas com mais de 1.472 habitantes por km² foram classificadas como de alta densidade demográfica – um dos aspectos que facilitam e aceleram a transmissão do vírus. Nessa primeira análise, o Conjunto Habitacional Vida Nova foi quem apresentou o maior volume de pessoas. Bairros como CDHU San Martin, Jardim São Marcos, Flamboyant, Vila Lídia/Centro, Núcleo Residencial Gênesis, Jardim Paulicéia, além dos DICs e do Distrito de Aparecidinha, também ganharam destaque.O segundo aspecto analisado pelo estudo foi a quantidade de moradores com mais de 60 anos que cada região da cidade possui. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os idosos são os que sofrem as consequências mais sérias da Covid-19. Nesse aspecto, os conjuntos habitacionais Vida Nova e Mauro Marcondes são os que concentram o maior percentual de idosos, seguidos por regiões como Jardim Florence (I e II) e Parque Centenário. “Essas regiões possuem taxas acima de 14% de idosos por população total”, destaca Leandro Pinheiro, superintendente da área socioeducativa da Fundação Feac. Além delas, a Região Central e o Distrito de Sousas, embora apresentem índices menores, também foram mencionados no levantamento.Já o terceiro e último aspecto analisado pela organização foi a quantidade de moradores sem abastecimento de água. Nesse sentido, moradores da Área de Proteção Ambiental (APA) de Campinas, na zona rural da cidade, são os que mais sofrem sem a utilização do recurso hídrico. A pesquisa ainda deu destaque negativo para as regiões do Campo Belo, Jardim Rossin, Village Campinas, São Marcos e Matão, além dos arredores da Estrada do Friburgo, que fica próxima de bairros como o Parque Aeroporto.De acordo com Pinheiro, o estudo realizado e divulgado pela Fundação Feac não tem como objetivo causar pânico nas pessoas que moram nas regiões listadas. “Não é uma questões de alarmismo. É uma questão de a gente perceber e olhar para essas áreas com mais atenção”, afirma o especialista. “O que nós estamos listando são os pontos de atenção, mas o que vai determinar a gravidade dos casos da Covid-19 é o comportamento da população”, destaca.
Fonte: CORREIO.RAC