Sumaré, 19 de setembro de 2020
A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região se reuniu com representantes da Villares Metals, em Sumaré, nesta quinta-feira (17), depois de incêndio na empresa que resultou na morte de um líder de produção. Fazia quatro anos que a metalúrgica não registrava acidente com morte na planta de Sumaré.
O Sindicato reivindica mudanças em toda a planta da empresa e investimentos em equipamentos de segurança para evitar que tais fatos voltem a ocorrer.
O incêndio atingiu a área de forjaria na empresa localizada Rua Alfredo Dumont Villares, às 16h55 nesta quarta-feira (16). O líder de produção Francisco Gildson de Oliveira Soares, 45, morreu carbonizado durante o incêndio. Ele trabalhava havia 26 anos na indústria. O diretor sindical Gerardo Alexandre Dias Filho disse que o trabalhador bateu no acumulador de uma máquina chamada manipulador com uma barra que movimentava com uma carregadeira. Com isso, rompeu uma tubulação de óleo hidráulico.
Um funcionário descreveu a cena. “Pelo que eu sei, ele desceu da carregadeira pegando fogo. Ele morreu queimado, cara. Parece que estouraram os vidros da carregadeira de tanta pressão que o óleo saiu”, relatou um funcionário, que pediu anonimato.
O óleo e as chamas se espalharam. “Não deu nem tempo de socorrer, infelizmente. Está uma situação horrível aqui. Pelo amor de Deus”, relatou o funcionário.
Em razão do acidente com morte, o Sindicato reivindicou da empresa nesta quinta-feira uma proteção na parte de trás do manipulador para evitar o contato com a carregadeira. E também mudanças em toda a planta, para aumentar a segurança.
Segundo o dirigente sindical, o funcionário que morreu estava operando a carregadeira, porque estava sem operador deste equipamento na área. O Sindicato também quer saber quantos funcionários da empresa estão de licença médica porque contraíram a Covid-19.
MPT apura dois óbitos
O Ministério Público do Trabalho da 15ª Região de Campinas confirmou que recebeu denúncias sobre as duas mortes de trabalhadores ocorridos nesta semana – uma na Villares Metals e outra na Indústrias Romi, em Santa Bárbara d’Oeste.
No dia do acidente do trabalhador da Villares, quarta (16), o MPT já recebeu a denúncia sobre a morte. A assessoria informou que o caso ainda será distribuído para algum procurador. Um dos primeiros passos será a juntada dos laudos da perícia técnica e da fiscalização do trabalho sobre o acidente.
Já está com a procuradora Alvamari Cassillo Tebet a denúncia sobre a morte do jovem Matheus Leonel Rossini, 23, na última segunda-feira (14), no setor de fundição da Indústrias Romi. Matheus faleceu depois que um molde de areia compactado caiu sobre sua cabeça.
A denúncia sobre a morte na Romi foi protocolada na última terça (15). Segundo a assessoria do MPT, a procuradora já firmou um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a Romi em 2009. Em nota, a Romi informou que colabora e continuará colaborando com as autoridades competentes.
Fonte: Jornal Todo Dia