
Sumaré, 11 de dezembro de 2020 FONTE: Jornal Todo Dia
Enquanto os números apontam para o avanço da Covid-19 no Brasil, com aumento de casos e mortes nas últimas semanas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (10) que o país vive um “finalzinho de pandemia”.
Na quarta-feira (9), o país registrou 848 mortes pela Covid-19 e 54.203 casos novos da doença. Trata-se do maior número de mortes diárias desde o início de outubro, sem levar em conta os registros elevados ocorridos logo em seguida ao apagão de dados que houve em novembro. A média móvel de mortes também é a maior desde o fim de setembro.
O país se aproxima das 180 mil mortes por Covid-19 e passou de 6,7 milhões de infecções desde o início da pandemia.
A situação se agrava em um momento de temor por causa das festividades de fim de ano, que podem elevar ainda mais os números de pessoas infectadas e mortes.
Em evento para inaugurar trecho da ponte sobre o Rio Guaíba, em Porto Alegre, Bolsonaro disse ainda que o suposto fim da pandemia se deve ao tratamento precoce com uso de cloroquina.
O presidente também comparou o Brasil com parte do continente africano, dizendo que lá há menos óbitos do que o esperado para “pessoas com deficiência alimentar, mais pobres”.
Bolsonaro disse que o suposto sucesso dos países africanos é consequência do uso prévio da cloroquina para tratar malária. “Precisa ser muito inteligente para saber? Não precisa”, afirmou.
O Brasil é o único país do mundo onde continuam a circular com frequência notícias falsas sobre cloroquina, ivermectina e azitromicina como curas para a Covid-19, que já foram desmentidas por diversos estudos científicos, segundo o levantamento “Political (self) isolation” (Auto-isolamento político), realizado pelo laboratório de pesquisa forense digital do Atlantic Council. E, ao contrário da maioria dos países, apenas no Brasil, na Índia e nos EUA as disputas políticas internas são o principal motor para a desinformação sobre a pandemia.
